Água em meus olhos
Suas costas voltadas para mim
O abraço não é mais união
O abraço é desespero
Água em meus ouvidos
Consolo da verdade
Suas vontades, decifro
Através de uma leitura primária de sua boca
Água em minhas mãos
Nada pára
Matéria efêmera
Assim como você
A água sai e entra de meu nariz
Não sinto
Não sente
Ficamos assim
Água em minha boca
Afanada pelos dedos
Eles que encerram o escândalo
E tornam a me conduzir
Pois não sou eu quem provoca meus gestos
São eles que me provocam.